Petr
Krejcí
é
um
fenómeno
interessante
no
mundo
fotográfico
checo.
Autodidata,
é
fotografo há 27 anos, 18 dos quais vividos como profissional de assinalável sucesso.
As
suas
fotografias
são
conhecidas
numa
série
de
lugares
de
relevo
e
importantes
no
mundo
da
especialidade.
Trabalhos
seus
foram
já
expostos
em
cidades
como
Beirute,
Houston,
Hong
Kong,
Singapura,
Macau,
Osaka,
Antuérpia,
Seul,
Basileia
e
Ljubljana.
Participou
em
exposições
coletivas
de
sucesso,
por
exemplo
na
cidade
do
Cabo.
As
suas
imagens
são
vistas
por
leitores
de
meios
de
comunicação
como
o
Guardian
britânico,
o
Le
Monde
francês
ou
a
Vogue,
do
mundo
da
moda.
Na
República
Checa
as
suas
imagens
são
usadas
pela
Televisão
Checa
(Ceská
televize),
Transportes
Ferroviários
Checos
(Ceské
dráhy)
ou
o
Automóvel
Club
Central
(Ústřední
automotoklub).Colabora
com
a
revista
surrealista
Analogon
e
a
editora
Paseka
.
Tem
vindo
a
construir
o
portfolio
fotográfico
da
pianista
de
jazz
Kristina
Barta
.
O
refinamento
das
suas
fotografias
comerciais
é
conhecido
por
clientes
de
marcas
mundiais
como
a
Lacoste,
a
Loewe,
a
Lee
Cooper
ou
a
Zara.
A
galerista
Salzmannová,
em
Seattle,
é
uma
grande
fã
de
Krejci
–
representa
os
colecionadores
entusiastas
que
compram
as
fotografias
artísticas
de
Krejci
diretamente
em
séries
completas.
O
empenho
criativo
e
a
reserva
e
falta
de
tempo
do
artista
são
assinaláveis,
razão
pela
qual
só
agora
conhecemos,
na
Boémia,
a
interessante
-
e
até
o
momento
também
íntima
-
face
criativa
de
Petr
Krejci.
Na
exposição,
que
denominou
“Tactilis”,
apresenta-se-nos
com
uma
faceta
totalmente
diferente:
abandonamos
o
mundo
brilhante
das
fotografias
perfeitas
feitas
por
encomenda,
contando
histórias
atraentes,
inspirando
consumo
e
passamos
ao
trabalho
de
um
homem
que,
na
sua
privacidade,
se
deixa
inspirar
por
filmes
de
Pavel
Juracek
e
Jan
Svankmajer.
É
atraído
pelo
mundo
real,
totalmente
diferente
do
brilho
colorido
do
consumo
comercial.
Estuda
Heidegger
e
Freud
e
reflete
sobre
a
sua
grande
influência
na
terminologia filosófica no mundo atual.
Krejcí
vai
criando
continuamente
um
estilo
característico
muito
próprio.
Isto
não
é
fácil
dada
a
vasta
faixa
temática
e
produção
massiva
do
autor:
não
são
muitos
os
autores
capazes
de
se
orientar
plenamente,
mantendo
a
qualidade
em
dois
mundos
tão
opostos.
Krejcí
tem
esse
dom
–
aprofunda-o
e
é
agradável
constatar
que
esta
forma
de
criação
e
de
trabalho
não
deixa
nenhum
rasto
negativo
nos
resultados.
Pelo
contrário:
podemos
dizer
que
ambos
os
mundos
enriquecem
o
autor
com
as
suas
diferentes
formas
e
ampliam
a
sua
gama
criativa.
Isto
acompanhado
pela
alta
qualidade
de
realização
o
que
é
natural
num
fotógrafo
como
Petr
Krejcí.
Deixa-se
inspirar
ainda
pelo
outono,
pelas
ruas
vazias,
pela
paisagem
urbana
ou
pela
chuva.
Ama
esta
face
do
outono
e
do
inverno,
da
aparência
levemente
melancólica
da
nossa
vida.
O
resultado
advém
do
processamento
que
elabora
em
séries
de
imagens
de
qualidade
a
preto
e
branco.
Conhece
a
beleza
das
esquinas
arredondadas,
passarelas,
escadas...
Aproxima-nos
do
encanto
imaginário
do
corpo
humano,
da
paisagem
urbana,
da
poesia
de
cantos
esquecidos,
momentos
fúteis,
retratos
improvisados
e
preparados
de
amigos,
celebridades,
casais
comuns,
embriagados,
políticos.
Encontramos
neles
a
tristeza
dos
sem-abrigo
e,
logo
depois
uns
brilhantes
olhos
de
criança,
esbugalhados
de
curiosidade
perante
coisas
novas.
Selecionando
algumas
séries
podemos
refletir
sobre
o
rosto
de
Nova
Iorque,
vista
pelos
melhores
fotógrafos
do
lugar
nos
anos
quarenta;
outras
imagens
com
a
sua
beleza
quase
surreal
lembram
a
vasta
escola
fotográfica
checa
que
começa
nas
páginas
cinzentas
dos
anos
trinta.
Utiliza-as
como
participantes
de
pequenas
aventuras,
tirando-as
com
qualidade
e
empatia
completamente
soberanas.
Este
mundo
tem
um
tom
cinza
e
preto-e-branco
claro
e
lógico.
Nele,
longe
da
multidão
ruidosa,
cheia
de
obsessão
superficial
pelo
consumo
e
cor,
vai
encontrando
pessoas
interessantes.
Fala
com
elas,
pergunta
e
vai
conhecendo
os
seus
pontos
de
vista.
E,
para
além
disto,
vai
tirando
fotografias
para
nós.
Nestes
lugares,
nos
seus
humores
e
nas
conversas,
vai
lidando
com
conceitos
como
a
existência.
Sente
a
nossa
-
e
sua
-
incerteza
da
existência,
interessam-lhe
situações
que
levam
à
mudança
de
atitude.
A
sua
criação
livre
é
o
contraponto
essencial
àquela
que
forma
o
seu
trabalho
oficial,
que
realiza
para
poder
viver.
É
capaz
de
lidar
com
este
stress;
a
criação
livre
dá-lhe
energia,
desapego,
distância
e
(logicamente)
paradoxalmente
a
confiança
da
liberdade
criativa.
As
obras
de
Krejci
fazem
parte
de
coleções
privadas
nos
EUA,
Japão,
Suíça,
Luxemburgo e Israel.
All images © Petr Krejčí.All rights reserved.